terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Tragédias evitáveis


Há 02 (dois) dias um pensamento recorrente vem a minha mente: o de que fortes e intensas chuvas caíram sobre as nossas regiões litorâneas em breve, e que novamente enfrentaremos graves dificuldades e perdas irreparáveis. Com especial atenção as áreas de encostas das grandes cidades a exemplo de Recife - PE, e a regiões litorâneas com destaque ao litoral sul de PE e a faixa de Alagoas que se estende até Maceio-AL.

Na noite passada cheguei até a sonhar com isto, não foi um sonho agradável, o qual prefiro não comentar, mas que me fez refletir sobre alguns fatos bem palpáveis e que podem ser perfeitamente compreendidos. No entanto antes de entrar no ponto específico quero fazer uma breve retrospectiva e algumas definições a título de introdução:

- No meu orkut tenho uma comunidade Geografia nas veias na qual também publico alguns textos e comentários afins, um deles de 28.11.2008 com praticamente o mesmo título desta postagem e que trata da tragédia que ocorreu em Santa Catarina naquele ano, provocada por fortes temporais. Um outro é de abordagem semelhante onde a ênfase foi os desastres em Pernambuco e Alagoas ocorridos em junho de 2010, mas que nos remete aos acontecimentos no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, cujo o título é, "Uma história que se repete";

- Aqui mesmo neste blog temos um link que nos remete a fotos de Barreiros - PE uma das cidades mais atingidas pela enxurrada de junho/2010, nós inclusive vamos postar mais algumas fotos para dar uma melhor dimensão da tragédia;

- Para quem já teve alguma experiência com estudos de fenômenos climáticos, sabe que estes ocorrem em períodos bem definidos, que as alterações se processam em intervalos longos, e que seus efeitos não são obra do acaso (instantânea e que desaparecem de uma hora para outra), são em geral cíclicos e guiados por princípios complexos mas bem caracterizados geralmente.

- Enchentes em geral são provocadas por cursos de águas obstruídos. O rio assoreado em seu curso (acumulando areia e detritos que o tornam rasos), ou com estreitamento em suas margens, seja pela presença de lixo ou outros materiais que dificultam a passagem das águas, avançam lateralmente sobre as margens em busca de um novo curso;

- Deslizamentos são provocados em geral, pelo excesso de água em solos sem contenção natural ou artificial (terrenos instáveis), que se deslocam sobre encostas na direção da base desta. As massas de terra expostas as chuvas acumulam água, que após a saturação deslocam-se devido ao peso e o volume, carreadas pelas águas correntes, arrastam tudo em seu caminho até a base das encostas onde se acomodam;

- Medidas possíveis para evitar os efeitos das enchentes podem ser adotadas, tais como dragagem de cursos, preservação de vegetação ciliar, desobstrução de cursos, evitar construir nas margens, retirar populações alocadas em margens, não jogar lixo nos rios e córregos, acompanhar a tomada d'água e sair em caso de elevação brusca do volume dos rios, etc;;

- Medidas que podem ser adotadas para evitar deslizamentos, não construir em encostas, não remover cobertura vegetal, não jogar lixo nas encostas aumentando o peso sobre o terreno e tornando-o instável, revestir com plástico para evitar o contato direto da chuva com solos desagregados e sem cobertura natural, não aprofundar o grau de inclinação de encostas com escavações, fazer muro de arrimo ou sustentação para contenção de encostas, não despejar esgoto nas encostas, etc.


Citamos os textos apenas para reforçar a abordagem que faremos, mas isto está bem vivo na memória de muitos e também é de fácil obtenção, informações sobre estes acontecimentos, onde em geral fica um saldo de dezenas ou até mesmo centenas de mortos, e milhares de desabrigados e desassistidos. Em Pernambuco foram dezenas de municípios afetados, e dezenas entre mortos e desaparecidos após as chuvas em junho de 2010, em Alagoas a tragédia foi bem maior.

Queremos chamar atenção para um fato, inclusive é uma das linhas que insistentemente mencionamos nos textos, a de que muitos dos acontecimentos são possíveis de evitar!
Não só pelo grau de desenvolvimento tecnológico mas também pela viabilidade das ações necessárias, contudo há um verdadeiro descaso por parte de autoridades e segmentos da sociedade. Ainda não houve recuperação total das áreas atingidas no último ano e estas serão alvo outra vez de fortes chuvas, contudo a maioria das populações atingidas permanecem nas mesmas áreas e em condições até piores do que antes, segundo algumas informações colhidas através de amigos que residem/trabalham nas regiões, e até mesmo divulgadas por órgãos de imprensa.

Como evitar tragédias se os olhos e ouvidos de todos interessados estão fechados ao que devemos ver e ouvir? Perguntamos então, as autoridades competentes estão cumprindo o seu papel? Temos de fato ações de retiradas destes habitantes de áreas ribeirinhas? Os sistemas de monitoramento de chuvas e níveis de barragem estão funcionando adequadamente? Os órgãos de defesa civil estão preparados para evitar uma nova tragédia? Aparentemente a resposta para estas perguntas não são as mais satisfatórias, parece que esqueceram que os ciclos se repetem e os problemas se não são tratados adequadamente tornam-se ainda maiores.

A própria população, ao menos uma parcela desta que pode efetivamente fazer algo para poupar novos desastres, no mínimo retirando-se das áreas, esta ainda insiste em sua maior parte em permanecer nos locais, por razões diversas, contudo bem menores que o desejo de se auto-preservar, bem, ao menos deveriam ser.

Mas há outras formas de evitar, através da cobrança àqueles que tem por responsabilidade maior cuidar da defesa civil, assim como dos que são responsáveis pela manutenção das estruturas urbanas ou seu planejamento, sobre tudo governos estaduais e municipais. Estes devem ser provocados a atuarem nas áreas de risco, e até mesmo o cidadão pode fazê-lo.

É inaceitável que após tragédias provocadas por deslizamentos de terra como os que ocorreram no Rio de Janeiro em 2010, haja ainda alguma área nas grandes capitais que não tenha sido levantados os riscos e as ações a serem implementadas, contudo infelizmente há, inclusive aqui mesmo em Recife e Olinda, assim como em Alagoas e outras capitais pelo Brasil a fora. Neste caso pode ser que a questão já seja de competência do Ministério Público. Pouco tempo atrás conversava com um morador de uma destas áreas em Recife - PE, e ele dizia que em sua casa chovia mais que fora dela, só para caracterizar a condição do imóvel.

Para quem mora em áreas ribeirinhas e já foi atingido por enchentes, há risco real, pois é bom lembrar que tais efeitos são cíclicos, estes devem buscar os órgãos municipais ou os escritórios da defesa civil para colher informações inclusive sobre possíveis transferências para áreas menos expostas.

Nós mesmos ao elaborarmos este texto, não foi sem propósito e não nos cabe mérito algum, pois o conhecimento aqui exposto não é novo sendo de conhecimento de muitos. A inspiração veio de Deus, e nós apenas cumprimos parte de uma tarefa que é a de alertar para o problema e para os riscos, e esta pode ser multiplicada por cada leitor até que possa ser ouvida, se isto acontecerá, não sei, mas cumprimos uma parte do nosso dever não só como cidadão, mas principalmente como cristão.

Vamos torcer para que Jesus olhe por todos nós, e por estes que insistem em repetir erros que atingem não só aqueles que são diretamente afetados, mas todos que de alguma forma se importam com eles. Os sinais de que as coisas não estão caminhando bem são visíveis basta ir até uma das regiões afetadas, recentemente tivemos novas chuvas no Espírito Santo e Minas Gerais, que provocaram mortes e destruição, até quando estas tragédias até certo ponto evitáveis continuaram acontecendo?

Para os que desdenham das previsões sejam científicas ou não, e insistem nos erros. Lembremos que o Senhor nos ampara, mas também nos municia com o conhecimento e com a sabedoria, mas que infelizmente nós desprezamos, e seja pela ciência, seja pela fé, façamos o que é correto, e não apenas recorrer a uma ou a outra quando estamos em aflição, pois tanto uma quanto a outra vem do mesmo Senhor, e vem para nosso bem.

Previsões, estudos, as leis e mesmo o que professa a religião, são ensinamentos necessários que devem ser escutados e podem ser seguidos, e que certamente ajudariam a nos poupar de muitas dificuldades no mínimo nos tornando humildes o suficiente para aceitar algumas verdades que Deus nos apresenta.

Vejam o que diz a Bíblia, sobre a sabedoria e não as despreze:

Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; Efésios 1:17

e o que diz Paulo em sua 1ª carta aos Coríntios 12:4-11

Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas.
Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas repartindo particularmente a cada um como quer.

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